domingo, 14 de março de 2010

DO ASTERÓIDE B612 PARA O FIO TELEGRÁFICO


Ontem, ao conversar com uma amiga pelo MSN e após relatar minhas incertezas, angústias e inquietudes fui apresentado ao poeta Mário Quintana e a um extraordinário poema intitulado: Poeminha Sentimental, portanto, aprecie.

POEMINHA SENTIMENTAL

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam
Mário Quintana


Após aprendê-lo resolvi substituir o nome MARIA pelo seu e, em seguida, fiquei a me perguntar: Em qual dessas andorinhas você se encaixaria? A resposta ainda foi dada, até porque seria uma injustiça; correria o risco de no mínimo ser injusto, por isso, preferi não arriscar. Peço que você volte lá no poema e faça o exercício (substitua o nome Maria pelo seu) e depois... se auto-avalie e veja qual delas pode lhe representar.

Neste momento abro mão de meu precioso tempo e me dedico a fazer o registro destes pensamentos que me consomem. Eles ficam a gritar, pedindo para saírem do mundo cognitivo e ganhar espaço na literatura, confesso que, às vezes, me sinto angustiado com tanta insistência. Seu silêncio me consome e dilacera, não sei o que depreender dele. Toda essa situação deixou, apenas, pontos positivos e garanto lhe que gostar sozinho me permitiu ser uma pessoa mais tolerante e paciente comigo mesmo.

Esse longo hiato que nomeio de silêncio, me fez conviver com o exercício diário da paciência. Olhe, em momento algum lhe pedi amor eterno ou coisa do gênero, na verdade, ainda não pedi nada, ou quase nada. Pedi, unicamente, uma resposta, apenas isso.

Portanto, você deve estar se perguntando: o que ele quer afinal? Mais proximidade, privar de sua companhia, conversar sobre assuntos diversos, mesmo que esporadicamente, nos conhecer vagarosamente? Nunca meus pensamentos foram povoados com a temática: sexo. Penso ser ele uma consequência de encontros, falas, pensamentos e diálogos e, para isso acontecer, é preciso ter consciência de que é o que realmente se quer, porque senão corremos o risco de após o ato nos sentirmos um trapo. Confesso que não sou um apreciador dileto dele, às vezes prefiro as preliminares, elas nos fazem tão bem, ao ponto de duas pessoas se tornarem uma, deixando de lado a razão e permitindo que o desejo comande o momento.

Mas, por outro lado, confesso que sua ausência no meu aniversário mexeu muito comigo, mas o que mais me deixou pensativo foi o fato de você não se dá ao cuidado de se justificar, por um instante coloquei todos os seus predicados sob suspeita. Senti-me sem importância, não conseguia conectar este descaso ao diálogo daquela noite. Perguntava a mim mesmo, porque tanta educação em um momento e em outro se mostra tão indiferente? Logo você... sempre tão gentil.

Tanta indiferença me conduziu a essa outra canção interpretada por Ana Carolina

“Aqui, eu nunca disse que iria ser a pessoa certa pra você, mas sou eu quem te adora.
Se fico um tempo sem te procurar é pra saudade nos aproximar e eu já não vejo a hora.
Eu não consigo esconder, certo ou errado, eu quero ter você.
Ei, você sabe que eu não sei jogar, não é meu dom representar.
Não dá pra disfarçar.
Eu tento aparentar frieza, mas não dá, é como uma represa pronta pra jorrar,
querendo iluminar a estrada, a casa, o quarto onde você está.
Não dá pra ocultar, algo preso quer sair do meu olhar,
atravessar montanhas e te alcançar, tocar o seu olhar,
te fazer me enxergar e se enxergar em mim.
Aqui, agora que você parece não ligar, que já não pensa
e já não quer pensar, dizendo que não sente nada...”

Eu já não sei mais o que fazer. Tudo que estava ao meu alcance foi feito. Mas chega um momento que, depois de se mostrar tanto. a gente cansa. Mas se um dia alguém perguntar a você se foi querida, não exite, diga: fui, mas não puder retribuir, meus valores não me permitiram.

Hoje, como nas palavras de Ana Carolina
“Estou lembrando menos de você, falta pouco pra me convencer, que sou a pessoa errada...”
Não se esconda atrás do silêncio. Não abro mão de uma resposta, como já lhe disse, uma simples letra “A” ou um “ponto”. Porque por mais que eu me esforce.... o silêncio não pode expressar o que eu desejo saber.

P.S: Este foi o último e-mail, o cansaço e o amor próprio me impedem de continuar. Ia esquecendo: que andorinha lhe representa?

Abraços afetuosos!

3 comentários:

  1. Você ainda diz que não escreve tão bem.Quanta modéstia.Adorei o blog como um todo,bem diferente,criativo.Parabéns.Conte sempre comigo.

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  2. cada vez que leio palavras vindas de vc...fico mais encantada...apaixonada...maravilhada....
    como pude ficar tão longe de alguém que me faz tão bem...tua existência me faz bem!!!
    adoro vc...
    da próxima serei ouvinte..kkkkk
    bj no coração

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  3. Como é bom ser seu aluno.

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